Neste contexto, nunca consigo deixar de me surpreender com o extraordinário texto de José António Calixto (que obviamente usei na minha dissertação) que mostrou que o seu pensamento estava muito para além do tempo em que se vivia quando escreveu o seguinte:
"A sala de aula passa a ser apenas um entre muitos outros locais, na escola e fora dela, onde as experiências de aprendizagem têm lugar, […] A relativização do conhecimento científico introduz a incerteza no campo da educação e sublinha o valor da pesquisa individual e do desenvolvimento das capacidades de manuseamento da informação. Aprender é cada vez menos memorizar conhecimentos e cada vez mais preparar-se para os saber encontrar, avaliar e utilizar. A capacidade de atualização passa a ser uma ferramenta essencial ao indivíduo."
Terá este texto sido escrito quando? 2012? 2011? 2009?...
Não! o texto é de 1996!!! nos adventos da generalização da Internet, com o Windows 1995. O autor referia-se ainda à superabundância da informação a partir da chamada sociedade da informação.
Se, já na altura o texto era fundamental, o que poderíamos dizer agora dele? e como é que ainda há professores e bibliotecários que pensam e agem como se nada tivesse mudado!
Haja quem saiba colocar-se ao ritmo do tempo em que se vive e não viva alicerçado a conceções perfeitamente desatualizadas..
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Calixto, J. A. (1996). A Biblioteca
Escolar e a sociedade de informação.
Lisboa: Caminho.