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sábado, 1 de novembro de 2014

454 - Poesia e ciência


 Na sequência do meu post anterior...


Na noite do professor que ocorreu no Pavilhão do Conhecimento em Lisboa, a certa altura, deparei-me com o stand do Centro de Ciência Viva de Lagos. Uma das atividades propostas era deixar a marca de uma folha (que tínhamos de pintar) num mural gigante (ver foto). Este mural era feito a partir de um poema de António Gedeão. 

E eis como se pode aprender ciência a partir de um poema. Para saber onde coloquei a impressão digital da minha folha será necessário ler o poema até ao fim... 
 
Pastoral


Não há, não,
duas folhas iguais em toda a criação.

Ou nervura a menos, ou célula a mais,
não há, de certeza, duas folhas iguais.

Limbo todas têm,
que é próprio das folhas;
pecíolo algumas;
baínha nem todas.
Umas são fendidas,
crenadas, lobadas,
inteiras, partidas,
singelas, dobradas.


Outras acerosas,
redondas, agudas,
macias, viscosas,
fibrosas, carnudas.

Nas formas presentes,
nos actos distantes,
mesmo semelhantes
são sempre diferentes.

Umas vão e caem no charco cinzento,
e lançam apelos nas ondas que fazem;
outras vão e jazem
sem mais movimento.

Mas outras não jazem,
nem caem, nem gritam,
apenas volitam
nas dobras do vento.

É dessas que eu sou.
António Gedeão (Poesias Completas, 1956-1967 )



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453 - A Biblioteca e a(s) Ciência(s)

No dia 31 de Outubro, das 18h00 às 23h00, o Pavilhão do Conhecimento abriu portas à 5ª edição de uma noite dedicada a educadores e professores. Foi  um momento privilegiado de convívio e de contacto directo com a oferta educativa do Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva e ainda conhecer os projectos nacionais e internacionais de educação para as ciências, participar em actividades científicas.

Confesso que gostei muito de ter participado e de, mais uma vez, confirmar que é tão simples pôr meninos de todas as idades a fazer ciência, a questionar-se sobre os porquês, a investigar, a saber ler a realidade, a saber olhar, ...

Estou certo que a Biblioteca poderá desempenhar um papel fundamental na promoção de um programa de literacia científica. É tão simples pôr os meninos a pensar! basta querer, bastar ser educador: pensar a razão de ser das cores no fundo do mar, ler um charco, explorar os minerais, explorar um poema, investigar num livro ou na NET o resultado de uma experiência...