Há uns dias atrás tive o prazer de participar numa oficina de escrita criativa. A partir de um poema de Olinda Beja (de Cabo Verde) produzi o texto abaixo. Não é que esteja grande coisa, mas dado o tempo que se teve para o exercício é o texto possível.
No entanto interessa-me neste post valorizar a ideia que há coisas tão simples de conceber e de aplicar que não percebo qual o motivo para as bibliotecas não investirem nelas...
Eis o poema que serviu de mote:
Quem somos?
O mar chama por nós, somos ilhéus!
Trazemos nas mãos sal e espuma
cantamos nas canoas
Dançamos na bruma.
(...)
Somos a mestiçagem de um deus que quis mostrar
Ao universo a nossa cor tisnada
Resistimos à voragem do tempo
Aos apelos do nada.
(Olinda Beja, 2009)
Segue o meu texto feito a partir do mote dado
Quem somos?
Definitivamente ilhéus, mesmo que vivamos na grande cidade.
Ilhéus, únicos, irrepetíveis...
Onde nos situamos on meio da multidão?
No entanto...
A nossa identidade empurra-nos para o outro, para o mar
Somos filhos do sal e da espuma
Somos feitos da memória de muitos outros
das canoas que em nós vieram aportar.
Quen os fez dançar?
Quem nos fez cantar?
O mestiço que há em nós
a herança de tantos outors, tantos sangues,
tantos tu
Quem somos?
Uma memória de um passado,
uma projeção para o futuro,
uma canoa que chega e que parte
uma canção feita para o outro.
Fragéis como a espuma,
um sopro.
...
Resistiremos!
Ilheus e citadinos.
Resistiremos
Pertencemos-nos
Quem somos?
João P.
Fev 2015