
Sabe aquele cara que fica atrás do balcão, 8 horas por dia na frente
de um computador, e que vez ou outra você vai até ele perguntar se não
tem mais nenhum exemplar de cálculo do Swokowski? O cara para quem você
jura que não tem nenhum exemplar de Dinâmica do Hibbeler e que te
responde que no sistema tem cinco disponíveis para empréstimo?
Aquele
que, as vezes, você quase quase derruba na corrida até as estantes para
pegar o último exemplar de Circuitos Elétricos do Johnson? (Ah, da próxima vez, derrube-o, porque esse cara precisa sorrir mais, surpreender-se mais e coisa e tal). Pois é, esse cara é o bibliotecário de referência.
Problemas com alguma norma da ABNT? Com paginação do Word? Não
consegue achar aquele artigo que seu orientador falou que é
indispensável para seu TCC, sua dissertação ou tese? Aquele programa
que joga as referências automaticamente no Word… qual é mesmo? Só o
bibliotecário de referência saberá, portanto, corra até ele, afinal o
prazo do seu trabalho já está acabando! Não que ele vá resolver todos os
seus problemas, mas certamente vai jogar uma luz sobre as trevas, pois
se não te der uma resposta, no mínimo vai te encurtar o caminho até ela.
Sim, vai. Pode confiar. O caminho pode ser mais curto do que a
distância da mesa dele e aquela mesa de estudo que você sempre senta.
O bibliotecário de referência é um navegante nesse mar informacional
chamado Web, deixa o Google no chinelo! É muito mais refinado porque
conhece os atalhos para chegar até a informação de que você precisa,
muito mais perspicaz porque se desdobra para entender sua questão, muito
menos máquina porque muito mais humano. É o cara capaz de entender
aquilo que você realmente precisa, aquilo de mais imaterial que reside
no fundo da sua mente, no âmago da sua dúvida. Resumindo, um poço de
sabedoria, mas também um eterno e humilde aprendiz, pois as bases de
dados sempre mudam, a quantidade de informação conhecimento cresce
assustadoramente a cada ano, ou seja, é impossível aprender tudo
sozinho, por isso, precisa de você para ensiná-lo. Sua única certeza é a
de que o ciclo da informação gera uma dúvida, que gera uma questão, que
gera a busca para a solução. Claro que o bibliotecário de referência
está nesse ciclo (existem vários modelos, não se fruste se não encontrar
este no Google, ok?) mas como ele trabalha com o público, é seu dever
sempre esclarecer tudo.
Portanto, procure-o, consulte-o, faça-o perder horas procurando uma
coisa só para você. Isso mesmo: só para você! Deixe-o louco com as suas
interrogações: morrer com a dúvida pode ser muito mais doloroso do que
ter desperdiçado a chance de solucioná-la. Ou melhor, ter desperdiçado a
chance de solucioná-la a dois, pois todos sabemos que duas cabeças
pensam melhor do que uma.
Peça e será atendida. Sempre.