terça-feira, 1 de março de 2016

494 - Mapas mentais

Confesso que achei fantástica a exposição de trabalhos escolares que uma professora de Geografia organizou e que se referiam à elaboração de planisférios por alunos do 7º e 8º ano de escolaridade, sendo que estes planisférios seriam elaborados a partir de uma representação mental e não por cópia de algum planisfério existente.

Esta exposição permite constatar o que fica na cabeça dos miúdos após 7, 8 ou mais anos de escolarização e como estes têm ou não contacto com mapas na sua vida. Há mapas para todos os gostos desde aqueles com alguma aproximação à realidade, àqueles sem aproximação nenhuma a essa mesma realidade, havendo até um no qual Portugal ocupa uma dimensão hiper-exagerada. 

Este exercício torna.se ainda mais interessante por demonstrar à saciedade que se pode avaliar e testar de muitíssimas outras formas e que a avaliação por um instrumento escrito, tipo teste, acaba por ser redutora, pois treina os alunos sempre para o mesmo tipo de representação e de exercício. Quem sabe se também terão havido alunos bons aqui a menos bons nos tradicionais testes escritos.

Creio ainda que este tipo de exercício permite ainda aferir o grau de desenvolvimento mental dos alunos, pois no desenho o disfarce é mais difícil visto que cada um deles está menos habituado/treinado  a "disfarçar" do que na escrita.  


domingo, 28 de fevereiro de 2016

493 - Reflexões sobre o sistema educativo Finlandês I


Pela segunda vez na minha vida estive em Joensuu, na Finlândia, e tive oportunidade de conhecer mais de perto o sistema educativo Finlandês.
A primeira vez foi há cerca de três anos (Março de 2013) onde participei numa visita de estudo organizada pela University of Eastern Finland e que teve a temática: "The teaching profession, teacher education and basic education"  e se destinava a dirigentes, quadros e responsáveis educativos europeus (dessa visita de estudo fiz, na altura, algumas reflexões neste blogue- Ver etiquetas conexas). Mais recentemente, em janeiro deste ano, frequentei um curso sobre "school managment" no âmbito da ação KA1 do projeto Erasmus+ ao qual o AE Carlos Gargaté na Charneca de Caparica,  a escola em que leciono se candidatou no âmbito de um projeto ao qual chamou MAIS (Motivação, Aprendizagem, Inovação e Satisfação).     

Destas duas experiências inesquecíveis tenciono fazer uma síntese, publicando neste blogue algumas reflexões sobre aspetos que considero centrais quando penso no sistema educativo Finlandês. 

De tudo o que escreverei adiante (e irei fazê-lo em três fases: I - reflexões gerais; II - Perplexidades; III -Boas práticas a transferir) importa ter em conta que apenas estive em Joensuu e não em toda a Finlândia e que, nesta cidade, tive oportunidade de visitar apenas 6 ou 7 escolas, decerto as melhores, pois ninguém organiza algo e abre as portas para mostrar o que funciona menos bem! De qualquer forma, considero que isso até faz sentido e que as boas práticas são para ser inspiradoras e para levar o visitante a acreditar que aquilo que vê também é possivel de ser transferível para a sua instituição. 

1 – Creio firmemente que ser professor é uma profissão de prestígio na Finlândia. Deste modo lá os decisores (locais pois na Finlândia não há concursos nacionais de docentes) têm oportunidade de poder escolher para professores apenas os mais qualificados para o exercício da profissão docente sendo que só 10% dos candidatos chegam a ser professores, sendo que para o serem, é-lhes ainda exigido o grau de mestre. Poderemos argumentar que em Portugal também já se passa o mesmo pois há mais candidatos que vagas e o mestrado é também comum para quem chega agora ao ensino. Isso é verdade, mas não estou certo que ser professor seja uma profissão muito considerada e desejada em Portugal e isso faz a diferença, quando se fala nos melhores. (Voltarei a este assunto noutro post).

2 - Há um grande cuidado na formação dos professores nas universidades e os class teachers (professores generalistas do ensino básico) são mesmo muito bem trabalhados. Já para o caso dos professores do   secundário, por serem profissionais muito qualificados e especializados (através da frequência também do ramo científico)   estes acabam por ter também o apelo do mundo empresarial. Exemplo paradigmático são as escolas construídas de propósito no campus universitário onde os estagiários podem fazer estágio. Não se chega a professor só por notas... 




3 - Em 2013, escrevi num relatório que fiz relativo à visita de estudo: "Os Finlandeses têm orgulho nos seus professores e esta é uma profissão bem vista. Esta perceção sobre os professores tem inúmeras consequências: 
Nas minhas várias visitas a escolas e nas conversas formais e informais que fui mantendo, constato que os professores e as escolas, têm imensa auto estima e autoconfiança sobre o seu trabalho. Sabem que fazem bem e que o que fazem é apreciado sendo que isso muda tudo! Pela Finlândia não se procuram culpados de fracassos mas apoiam-se os professores.
As pessoas vestem a camisola, as escolas querem continuar a fazer bem e as coisas boas acontecem."

4 – Há uma confiança absoluta no sistema de ensino: os diretores confiam nos professores e nos alunos e todos uns nos outros. Cada um sabe qual o seu papel; (os pais também): Derivado a este facto, há uma extrema abertura e transparência no sistema que se reflete na abertura completa de salas de aulas a quem queira nelas entrar. No dizer de um diretor: "We trust that every school in finland is a good school. "Tive nas duas vezes que fui a Joensuu a oportunidade de observar aulas e nenhum impedimento me foi colocado. Nenhum! (e sabe-se bem que algo que corresse mal numa sala de aula poderia ser levado para o estrangeiro!). Creio que isto significará que os professores estão plenamente seguros do seu trabalho: ensinam, creem que o fazem bem e portanto, não há nada a temer. Nós ensinamos, os alunos aprendem ou não, mas isso é problema deles. Cada um que faça o seu papel. 


5 - Não há inspeção nem exames nacionais. Basta a autoavaliação da escola e a consciência de que o sistema funciona bem! 


6 - Palavras chave a reter: Responsabilidade, verdade, respeito , motivação (de alunos e professores). Escrevi em 2013 que:  
" Sentido de responsabilidade pessoal por parte dos alunos - Decididamente a imagem que me fica dos alunos de todos os níveis de ensino com os quais tive oportunidade de me cruzar era de que estes davam a impressão de se sentirem felizes na escola e de esta fazer sentido para eles. Pareceu-me existir um sentido de responsabilidade pessoal, fruto da confiança que os professores depositam nos alunos e que estes têm uma motivação intrínseca na aprendizagem."
 
7 - Filosofia de ensino: Nenhum criança deve ser deixada para trás. deve ser explorado o seu potencial e esta frase não é só conversa "fiada" no relativo a ideias base.




  

domingo, 13 de dezembro de 2015

492 - Uma viagem para a literacia mediática

Jack – Especialista em utilização da tecnologia e que se sente à vontade no Facebook, Twitter e Skype, ajudando toda a família nesta matéria vai iniciar uma viagem, dirigindo-se para uma ilha existente no meio do oceano, uma ilha de possibilidades e liberdade, cujos habitantes vivem felizes, sendo tecnologicamente competentes.
Para chegar a essa ilha, Jack, tem que enfrentar diferentes perigos/riscos, as “fortes correntes que existem abaixo da superfície da água”, sendo ajudado pela LUX que o auxilia para ajudar a tornar Jack ainda mais consciente de que é necessário desenvolver a capacidade de questionar a forma como se usam os media e a tecnologia.
Esta é uma aventura que vai transformar Jack e torna-lo media competente.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

488 - The Internet won't make libraries obsolete

AT THE LIBRARY: The Internet won't make libraries obsolete

While working at the library, it is inevitable that we hear comments that libraries are becoming obsolete because of the Internet. I am here to tell you that I don’t have enough space to explain why this is not the case. However, here are just a few of the reasons:
• This may be obvious to some, but we cannot say enough about how essential early childhood literacy is for educational success. Besides the reading level children now have to attain prior to starting school, our educational systems have limited funding for libraries during the school year. Children don’t have access to school libraries in the summer, resulting in learning loss.
Libraries offering summer reading incentives, year-round programs and story times help supplement our children’s education. Would it surprise you that during my visits to local elementary schools this spring to talk about summer reading, I was repeatedly asked how could they participate and read since they didn’t own any books?
• Another reason is resource sharing equals costs savings when people check out books and DVDs, browse magazines online or in the library or even use one of our many online research databases you would normally have to pay for outside of the library like Consumer Report and Ancestry.com.
• Google doesn’t focus on your communities’ local history like your library does. One momentous time in our local history comes to mind: the 1972 Flood. Google it, and you will see two short blurbs on various national sites; then you will see the comprehensive Flood resource our library has put together, including photos, biographies, news stories, oral histories and interviews.
We are also cataloging oral histories of our local citizens outside of the Flood in order to preserve our communities’ perspectives and memories. Then there is the Black Hills Knowledge Network: an online community information service that is a resource for local information, ideas and history.
• What about the Internet as an information source? Not all websites are reliable. That’s why you can’t go wrong asking a reference librarian — whether in person, by phone, email, online chat, text or a 1:1 Book-a-Librarian session.
I think think English author Neil Gaiman said it best: “In a world where Google can bring you back 100,000 answers, a librarian can bring you back the right one.”
• Computers and the Internet are integral parts of modern life; yet so many individuals lack access to this technology and experience barriers when seeking employment or housing. If you drive by the library before it opens or after it closes you will observe people using the library's Wi-Fi outside of the building because it is such a need.
• Where else is there community space that is free to use for group gatherings? And speaking of community space, our Maker Space gives the community hands-on access to tools and technology.
As our Library Director Jim McShane says: "If you think the Internet has made libraries obsolete, just ask yourself: 'Has it made schools obsolete?' Schools just impart information and serve a small part of the populace. Libraries serve everyone and do a whole lot more than educate."