Precisamos de inventar as Bibliotecas deste século. Estas deverão ser algo muito pouco estático, continuamente reinventadas, tecnologicamente avançadas e, sobretudo, ao serviço do utilizador.
Desde o início deste ano que a BAD assumiu o compromisso junto da IFLA de fomentar em Portugal uma maior consciência junto dos profissionais e dos decisores políticos sobre a importância das bibliotecas e do acesso à informação no âmbito da Agenda 2030 da ONU e quanto ao seu contributo para o cumprimento das metas dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
No seguimento na participação no IAP (Internacional Advocacy Programme) da IFLA, da realização de workshops e seminários sobre o tema, da divulgação junto da comunidade profissional dos principais documentos orientadores e da preparação de um questionário nacional para recolha de projetos relevantes desenvolvidos por serviços de informação, a BAD contribui agora também na tradução para português dos principais documentos da IFLA.
Está já disponível no website da IFLA a versão portuguesa do documento “Toolkit: Libraries, Development and the United Nations 2030 Agenda”. Este conjunto de ferramentas tem como objetivo auxiliar os profissionais no seu trabalho de advocacy junto dos decisores locais e nacionais, por forma a garantir que as bibliotecas e o acesso à informação são referidos nos Planos de Desenvolvimento Nacionais enquanto meio para garantir o cumprimento dos objetivos definidos na Agenda 2o30 da ONU
Foi publicado o 14º número da revista digital do Centro de Formação de professores de Almada (Almadaforma) sendo este totalmente dedicado ao trabalho das BE do concelho de Almada.
Índice:
Editorial - 3
As Bibliotecas Escolares do Concelho de Almada - 4
As Bibliotecas Escolares no século XXI - 6
As Bibliotecas Escolares no Agrupamento de Escolas Emídio Navarro - 10
Bibliotecas Escolares: para quê? - 15
A Utilização das Redes Sociais – ao serviço da promoção da leitura nas Bibliotecas Elias Garcia - 18
A Be/Cre na Escola Secundária Cacilhas-Tejo - 20
As Bibliotecas Escolares LOROSAE - 24
“Pequenas” Coisas, “Grandes” Consequências... na Biblioteca da E. B. D. António da Costa - 26
Bibliotecas Escolares – 1o Ciclo – A. E. Professor Ruy Luís Gomes -34
No caminho da Informação e do Digital... com a BE – A. E. António Gedeão - 40
Bibliotecas Escolares – 1o Ciclo – A. E. António Gedeão - 41
Bibliotecas Escolares – A. E. Caparica - 43
Bibliotecas Escolares – A. E. Romeu Correia - 44
Um “Mar de Leituras”– Ler+Mar no Agrupamento Anselmo de Andrade - 45
Experimentar a Brincar com Ciência – ciências experimentais no 1o ciclo - 47
Pequenos Grandes Escritores – um projecto da EBS Professor Ruy Luís Gomes - 51
O Que Fazemos Nós Nas Bibliotecas? – Projeto privilegiado e a privilegiar – Leitura-a-par - 52
A Biblioteca e a Educação Especial – A. E. António Gedeão - 53
Ficha Técnica Directora: Maria Adelaide Paredes Silva
Colaboradores: Alexandra Lopes, Ana Rodrigues, Álvaro Gradíssimo, Equipa CRE LOROSAE, Fernando Nabais, Isabel Braga, Isaura Carvalho, João Proença, Lurdes Gomes, Luzia Pequito, Margarida Pinho, Maria Carla Crespo, Maria de Lourdes Palma, Maria Luísa Ba sta, Maria Teresa Silva, Sara Cacela, Vanda Candido.
Paginação e arranjo gráfico: Domitila Cardoso, Maria da Luz Vieira
As bibliotecas são como aeroportos. São lugares de viagem. Entramos numa biblioteca como quem está a ponto de partir. E nada é pequeno quando tem uma biblioteca. O mundo inteiro pode ser convocado à força dos seus livros.
Todas as coisas do mundo podem ser chamadas a comparecer à força das palavras, para existirem diante de nós como matéria da imaginação. As bibliotecas são do tamanho do infinito e sabem toda a maravilha.
Os livros são família direta dos aviões, dos tapetes-voadores ou dos pássaros. Os livros são da família das nuvens e, como elas, sabem tornar-se invisíveis enquanto pairam, como se entrassem para dentro do próprio ar, a ver o que existe dentro do ar que não se vê.
O leitor entra com o livro para dentro do ar que não se vê.
Com um pequeno sopro, o leitor muda para o outro lado do mundo ou para outro mundo, do avesso da realidade até ao avesso do tempo. Fora de tudo, fora da biblioteca. As bibliotecas não se importam que os leitores se sintam fora das
bibliotecas.
Os livros são toupeiras, são minhocas, eles são troncos caídos, maduros de uma longevidade inteira, os livros escutam e falam ininterruptamente. São estações do ano, dos anos todos, desde o princípio do mundo e já do fim do mundo. Os livros esticam e tapam furos na cabeça. Eles sabem chover e fazer escuro, casam filhos e coram, choram, imaginam que mais tarde voltam ao início, a serem como crianças. Os livros têm crianças ao dependuro e giram como carrosséis para as ouvir rir. Os livros têm olhos para todos os lados e bisbilhotam o cima e baixo, o esquerda e direita de cada coisa ou coisa nenhuma. Nem pestanejam de tanta curiosidade. Querem ver e contar. Os livros é que contam.
As bibliotecas só aparentemente são casas sossegadas. O sossego das bibliotecas é a ingenuidade dos incautos. Porque elas são como festas ou batalhas contínuas e soam trombetas a cada instante e há sempre quem discuta com fervor o futuro, quem exija o futuro e seja destemido, merecedor da nossa confiança e da nossa fé.
Adianta pouco manter os livros de capas fechadas. Eles têm memória absoluta. Vão saber esperar até que alguém os abra.
Até que alguém se encoraje, esfaime, amadureça, reclame direito de seguir maior viagem. E vão oferecer tudo, uma e outra vez, generosos e abundantes. Os livros oferecem o que são, o que sabem, uma e outra vez, sem refilarem, sem se aborrecerem de encontrar infinitamente pessoas novas. Os livros gostam de pessoas que nunca pegaram neles, porque têm surpresas para elas e divertem-se a surpreender. Os livros divertem-se.
As pessoas que se tornam leitoras ficam logo mais espertas, até andam três centímetros mais altas, que é efeito de um orgulho saudável de estarem a fazer a coisa certa. Ler livros é uma coisa muito certa. As pessoas percebem isso imediatamente. E os livros não têm vertigens. Eles gostam de pessoas baixas e gostam de pessoas que ficam mais altas.
Depois da leitura de muitos livros pode ficar-se com uma inteligência admirável e a cabeça acende como se tivesse uma lâmpada dentro. É muito engraçado. Às vezes, os leitores são tão obstinados com a leitura que nem acendem a luz. Ficam com o livro perto do nariz a correr as linhas muito lentamente para serem capazes de ler. Os leitores mesmo inteligentes aprendem a ler tudo. Leem claramente o humor dos outros, a ansiedade, conseguem ler as tempestades e o silêncio, mesmo que seja um silêncio muito baixinho. Os melhores leitores, um dia, até aprendem a escrever. Aprendem a escrever livros. São como pessoas com palavras por fruto, como as árvores que dão maçãs ou laranjas. Dão palavras que fazem sentido e contam coisas às outras pessoas. Já vi gente a sair de dentro dos livros. Gente atarefada até com mudar o mundo. Saem das palavras e vestem-se à pressa com roupas diversas e vão porta fora a explicar descobertas importantes. Muita gente que vive dentro dos livros tem assuntos importantes para tratar. Precisamos de estar sempre atentos. Às vezes, compete-nos dar despacho. Sim, compete-nos pôr mãos ao trabalho. Mas sem medo. O trabalho que temos pela escola dos livros é normalmente um modo de ficarmos felizes.
Este texto é um abraço especial à biblioteca da escola Frei João, de Vila do Conde, e à biblioteca do Centro Escolar de Barqueiros, concelho de Barcelos. As pessoas que ali leem livros saberão porquê. Não deixa também de ser um abraço a todas as demais bibliotecas e bibliotecários, na esperança de que nada nos convença de que a ignorância ou o fim da fantasia e do sonho são o melhor para nós e para os nossos. Ler é esperar por melhor.
Hoje
viveu-se um momento de festa em Almada: foi inaugurada uma nova Biblioteca Escolar
(a 50ª no concelho) na EB1 dos cata ventos da paz do Agrupamento de Escolas Emídio Navarro.
No
contexto da sociedade atual, uma biblioteca escolar tem um papel central no
sentido de promover nos alunos a aquisição de competências ao nível da leitura
e das literacias, para a formação de cidadãos críticos e autónomos e para a
melhoria das aprendizagens em geral.
Acresce-se
ainda, como desafio e função para a biblioteca escolar, a recente publicação da
resolução do conselho de ministros n.º 48-0/2017 que aprova as linhas
orientadoras do Plano Nacional de Leitura http://data.dre.pt/eli/resolconsmin/48-d12017/03/31/p/dre/pt/html
no qual se refere que importa:
a)Criar um vasto compromisso social em torno da
promoção da leitura como prioridade política, tendo em vista o desenvolvimento
da líteracia e o reforço dos hábitos de leitura na população;
b)Lançar programas dirigidos a crianças, jovens e
adultos, que visem promover o desenvolvimento de literacias múltiplas, designadamente,
a da leitura e escrita, a digital: da informação visual, científica e
tecnológica, de forma a preparar a população Portuguesa para as exigências da
sociedade do Século XXI;
f) Promover as relações
entre a leitura, a literatura, as artes, as ciências e a tecnologia e fomentar a cultura científica, tecnológica e artística, em colaboração com instituições de ciência e de cultura;
Se adicionarmos ainda a ideia de que hoje, a biblioteca não se confina a um espaço físico nem a recursos físicos, mas se prolonga no espaço e no tempo através de recursos virtuais que deverão encontrar-se devidamente seleccionados e organizados e estar disponíveis 24 sobre 24 horas por dia ficamos com ideias bem claras sobre o acerto e a importância de se equiparem as escolas com bibliotecas Escolares, para mais, existindo em Portugal a figura do(a) professor(a) bibliotecário(a) que é um profissional duplamente qualificado, quer em competências de ensino numa sua área disciplinar específica, quer especializando-se em competências de gestão da informação, da leituras de gestão de bibliotecas.
Longa vida às bibliotecas Escolares que contribuam para que se alcancem os objectivos acima.
It examines the role of libraries in supporting
lifelong literacy by looking at how libraries
nurture early literacy skills up to advanced levels of literacy proficiency. By providing literacy resources for children, youth
and adults at all proficiency levels, they are
making an enormous contribution to supporting a reading culture and the creation
of a literate society. Libraries need to be
involved in policy dialogue connected to literacy. Used strategically, they have the potential to play a key role in
promoting national literacy efforts, as they are trusted by people in the
communities they serve and are in a good position to provide a wide variety of
literacy opportunities.
Ler resolução do conselho de ministros n.º 48-D/2017 Diário da República n.º 65/2017, 1º Suplemento, Série I de 2017-03-31aqui
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A implementação e monitorização do Plano Nacional de Leitura até 2027 ficará sob responsabilidade de uma comissão que inclui os Ministérios da Educação, Cultura e Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
A comissão interministerial a ser presidida por Teresa Calçada e Elsa Maria Conde estará dependente do Ministério da Educação, em articulação com as tutelas da Cultura e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Objetivo: "Fazer uma aposta abrangente na leitura, seja a literária, científica, em papel ou noutros suportes" (Teresa Calçada).
O PNL quer agora “levar a leitura a outras esferas da sociedade”, mostrando que esta “não é apenas património de alguns” e promovendo hábitos de leitura ao longo da vida: junto de famílias, crianças, jovens e adultos. E, sem descurar o papel das bibliotecas escolares, pretende-se criar condições para a promover nas instituições de ensino superior e da rede de centros de Ciência Viva.
“Em todos os locais onde seja possível dizer 'ler é bom', é isso que vamos fazer”, realça Teresa Calçada. “Queremos mostrar às pessoas que a leitura não passou de moda, está na ordem do dia.”
A propósito do lançamento do perfil de saída dos alunos ao nível do 12º ano e da gestão de 25% do currículo deixado às escolas portuguesas...
Acho engraçado as vozes que se levantam contra este tipo de medidas apresentadas pela tutela, argumentando com o facilitismo e que os alunos vão deixar de aprender, quando há cerca de 2 anos atrás, algumas destas mesmas vozes, apluadiam esta mesma ideia a existir na Finlândia e a partilhavam no facebook, como sendo uma medida tomada por um país civilizado, sendo que se incentivava este país a também avançar com este tipo de medida!
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Veja-se a notícia relatada pela TVI há cerca de dois anos
A Finlândia é conhecida por ser o país com um dos melhores sistemas educacionais do mundo, mas prepara-se para uma mudança profunda e que já está a gerar controvérsia: acabar com as aulas tradicionais. O sistema tem sido testado nos últimos dois anos e vai passar a vigorar a partir de 2016, em todos os centros de ensino. Este novo método é apelidado de " phenomenon learning". Prevê a rutura das aulas tradicionais, substituindo-as por projetos, onde são os jovens a apropriar-se do processo de aprendizagem.
"Na educação tradicional, os alunos vão à sala de aula e têm aulas de matemática, depois de literatura e depois de ciências. Agora, ao invés de adquirir conhecimentos isolados sobre matérias diferentes, o papel do estudante é ativo. Eles participam no processo de planeamento, são pesquisadores e também avaliam o próprio processo", explicou Marjo Kyllonen, do ministério da educação de Helsínquia, àBBC.
Os alunos do 4.D da Escola Miquelina Pombo, na Sobreda, concelho de Almada, representaram a história de 'Teatro às três Pancadas', para convencerem os seus colegas que é nesse livro que devem votar em 'Miúdos a Votos'. Fomos espreitar!
LILIANA LOPES MONTEIRO (TEXTO) E ANDRÉ MOREIRA (VÍDEO)
Os alunos do 4.ºD da Escola Miquelina Pombo, no concelho de Almada, adoram o livro O Teatro às Três Pancadas, de António Torrado, e decidiram representar para os colegas do 3.ºE, do 3.ºF, do 4.ºE e do 4.ºF algumas passagens da obra.
Ensaiaram no corredor e na biblioteca da escola e em menos de uma semana a peça estava pronta! Sob a orientação da professora Alexandra Lopes e do jovem encenador Hugo Batoca, os alunos Diogo Teixeira, Beatriz Frazão, Catarina Lima, João Alves e Tomás Dias tornaram-se atores por uma manhã.
Nervos? "Nenhuns", disseram. Relativamente, à escolha do livro Teatro às Três Pancadas, todos concordam: "É um livro cheio de histórias giras, e ainda aprendemos muitas coisas sobre teatro e sobre a história de Portugal!"
Perfil dos alunos à saída da Escolaridade Obrigatória
Ainda não li, com a devida atenção o documento abaixo e preocupa-me a forma como vai ser operacionalizado e trabalhado pelas escolas, no entanto, saúdo desde já este tipo de documento pois, tenho para mim, que na escola não se passam só conteúdos fixos e imutáveis e que preparar alunos para empregos que ainda não existem é muito mais exigente e obriga a que estes tenham competências diferentes das que tinham os nossos pais que tinham empregos estáveis e para toda a vida. Decorar só para um teste é mesmo muito pouco...
A partir do sítio da Direção Geral de Educação.
"O documento: "Perfil dos alunos à saída da Escolaridade Obrigatória" encontra-se em consulta pública até ao dia 13 de março de 2017.
No âmbito do debate alargado lançado pelo Ministério da Educação sobre o Currículo do século XXI, foi constituído um Grupo de Trabalho tendo em vista a definição do perfil de saída dos jovens de 18 anos de idade, no final de 12 anos de escolaridade obrigatória (Cf. Despacho n.º 9311/2016, de 21 de julho).
Concluídos os trabalhos do referido Grupo, o Ministério da Educação coloca agora em discussão pública, até ao dia 13 de março de 2017, o documento Perfil dos alunos à saída da Escolaridade Obrigatória, disponível em: http://dge.mec.pt/perfil
Pretendendo-se que este momento de consulta pública se paute por uma participação plural agradecemos, desde já, o V/ contributo através do preenchimento do formulário eletrónico: http://area.dge.mec.mec.pt/perfil"
Já está
disponível no Sítio da Agência Nacional Erasmus+ informação atualizada relativa
à ação KA1 que permite a candidatura aos programas europeus e de um modo
especial ao Curso Slamit7 no âmbito das bibliotecas escolares e que terá
lugar na Croácia em Nov 2017 http://www.erasmusmais.pt/erasmusmais/candidaturas/acao-1/formularios.html
Chama-se apenas a
atenção para os seguintes factos:
- . Todos se
podem candidatar através das escolas ou a partir de uma candidatura conjunta de
um CFAE e não a nível individual;
- O prazo de
candidatura acaba a 2 de fevereiro de 2017